"Em qualquer rua de qualquer cidade
Em qualquer praça de qualquer pais
Levo o meu canto puro e verdadeiro
Eu quero que o mundo inteiro
Se sinta feliz"
Tim Maia
(por Priscila Santos) Movimento Boa Praça Cansados de ver as praças das redondezas de suas casas relegadas ao descaso, um grupo de moradores do Alto de Pinheiros, Lapa e bairros vizinhos, na zona oeste de São Paulo, resolveu agir em vez de ficar lamentando. “Até podemos reclamar do poder público, desde que estejamos cumprindo o nosso papel, que é de cidadão”, diz Cecília Lotufo, uma das integrantes do movimento, que acredita que a melhor forma de zelar por um espaço é, antes de tudo, ocupá-lo. Por isso, todo último domingo do mês o pessoal se reúne para um piquenique em uma das três praças escolhidas na região: Amadeu Decome, François Belanger e Paulo Schiesari. Tentam sempre deixar o lugar melhor do que o encontraram – um morador já refez os balanços, outro pintou os brinquedos. Quer conferir? Fique de olho no calendário de eventos e nas discussões do movimento: boapraca.ning.com.
To sempre esquecendo de postar aqui. Também, difícil articular tantas coisas ao mesmo tempo. Além do que, imagino que poucas pessoas se deem ao trabalho de conferir o meu blog e verificar se algo novo anda rolando.... Claro! Eu to sempre mandando e-mail, batendo de porta em porta, comunicando para o máximo de gente que eu consigo sobre as atividades que ando organizando (PicNics, Movimento Boa Praça...) Claro que vou publicar aqui o convite do nosso 9o PicNic com jogos e Musica pois estou animadíssima com esse evento! Entretanto, acho que valeria comentar que também venho participando de outras ações que tb estão me estimulando muito: Grupo de Auto-Formação local de Pinheiros Grupo de Trabalho de Mapeamento de Redes Rádio Comunitária da Vila Madalena Projeto de Geração de Renda Comunitária Curso de Gestão Comunitária (que começará em Janeiro) Filhos (lindos!!!) Bom, quando tiver mais um tempinho, lembrarei do meu blog e escreverei mais sobre tudo isso. Ah! Entrem no Ning do Boa Praça e se cadastrem: http://boapraca.ning.com
A ocupação de praças cresce entre os moradores da região da Subprefeitura da Lapa. Um bom exemplo são os mutirões e piqueniques realizados pelo Movimento Boa Praça, formado por moradores da região da Pompeia, Lapa e Pinheiros, que reuniu a comunidade da Vila Anglo no último sábado (29) para revitalização da Praça Paulo Schiesari, na esquina das Ruas Pedro Soares de Almeida com Rifaina, entre a Pompeia e Vila Romana. A iniciativa começou em setembro do ano passado quando a filha de Cecília Lotufo, Alice, de quatro anos, pediu de presente de aniversário um parquinho novo na praça François Belanger, onde frequenta. O sucesso do mutirão foi tão grande que novos encontros surgiram com a adesão de outros moradores. De lá para cá foram realizados alguns mutirões e piqueniques comunitários. Sábado, o Boa Praça reuniu funcionários da Subprefeitura e membros da comunidade (adultos, jovens e crianças) para a reforma da praça. Os funcionários da Subprefeitura participaram da limpeza e pintura de guias e sarjetas além da colocação de areia nas áreas de lazer das crianças e plantio de mudas. Os moradores e servidores recuperaram brinquedos e a pintura da área, transformando o visual da praça. “A intenção é criar uma dinâmica de apropriação do espaço com apoio e colaboração da Subprefeitura”, explica Cecília. Artistas da Cia dos Inventos apresentaram a performance “Canteiros”, inspirada na obra de João Ubaldo Ribeiro “Viva o Povo Brasileiro”, e uma professora de educação física fez aula de Pilates no mutirão que misturou trabalho com cultura. O movimento convidou o escritor do livro “Projeto Praça – convívio e exclusão no Espaço Público” e arquiteto de Políticas Ambientais da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, Sun Alex, para sugerir melhorias para o local. “A praça é um espaço público que promove o convívio, a diversidade e a construção da cidadania de forma democrática”, afirma Alex. Entre as principais sugestões do arquiteto está abrir um ou dois acessos na praça (Paulo Schiesari), retirar uma figueira e plantar arvores de menor porte, podar os arbustos (folhagens), eliminando barreiras visuais e criando transparência e acessibilidade à área verde.
O Movimento Boa Praça está cada vez mais se consolidando, tivemos outro dia uma reunião super bacana onde todos (os vizinhos de bairro) tinham que falar o que imaginavam para este movimento. Saiu muita coisa legal:
O que o Boa Praça quer ser?
Ricardo Mobilizar para: Apropriação do espaço Articulação da comunidade Comunidade fraternidade Qualidade de vida Dignidade Fraternidade
Raimundo Tudo começa nas pessoas Cuidar das pessoas e Promove-las Oferecer possibilidades de convívio Criar possibilidade de crescimento Novas condições educacionais e ambientais Conhecimento e comprometimento entre pessoas Já começamos com essas reuniões
Mauro Mobilização cidadã dos moradores do entorno de praças com objetivo de revitalização através de ações colaborativas para a boa utilização destes espaços públicos
Luis Augusto Porta-voz do verde Resgate do interior (pracinhas de interior)
Carô Movimeto capaz de aglutinar pessoas e mobiliza-las para intervirde modo a intervir no seu entorno Acolhedor, propício a ocupação e o encontro
Steven Aproximar pessoas através das praças de forma auto-sustentável Qualidade de vida
Domingos e Natasha Comunidade seja geradora de cultura, recuperação e preservação do bairro como ele nasceu e não como é (necessariamente), que garanta a perpetuação da vida que existe aqui hoje. Estimular profissionais (escola de samba, marceneiro, costureira..) Ponto turístico
Patrícia Resgate de relações humanas Visão do coletivo (em coletividade e para ela) Solidariedade Sustentabilidade
Alex Movimento espontâneo Voluntário Visa a reapropriação Foco Praça Origem: Contemplação, encontro, festividade, brincadeira... Geração de oportunidades
Cilinha Uma vida comunitária. Fortalecimento local com pessoas conectadas com seu entorno, que se conhecem e dialogam entre si. Resgate da origem da praça e reconhecimento de sua vocação. Que elas sejam pólos de cultura, de trocas de experiências e opiniões.
Enfim, muito ainda para pensar...... de qualquer forma, não imagino este processo rápido mesmo.
Desta vez o PicNic será na praça Paulo Schiesari e terá como objetivo a Mobilização para a revitalização desta mesma praça. Compareçam! Por sinal, agora temos um site (ou melhor, um ning!): www.boapraca.ning.com/
Saimos na Globo! (Pena que com o meu nome errado...) Olha só o vídeo:
Moradores se unem e reformam praças públicas do Sacomã e do Sumazerinho O SPTV mostra exemplos de moradores que se uniram e recuperaram, por conta própria, dois espaços públicos na capital e como a vida deles melhorou depois disso.
O SPTV mostra exemplos de moradores que se uniram e recuperaram, por conta própria, dois espaços públicos na capital e como a vida deles melhorou depois disso.
A repórter Marina Araújo conta a história da comunidade do Sumarezinho, na zona oeste, e o nosso fiscal do povo, Márcio Canuto, mostra o que aconteceu no Sacomã, na zona sul.
A situação começou a mudar em uma praça depois que a comunidade se reuniu, se uniu e se organizou sob a organização de dona Cacilda. “Essa praça aqui tinha um mal muito grande instalado, de violência, drogas, sujeira. A gente achou melhor afastar este mal trazendo o bem para a praça. Aos poucos nós fomos limpando a praça, conversando com os transeuntes que se portavam com drogas, e fomos tentando afastar tudo isso trazendo alguma qualidade de vida para os moradores também”, conta Cacilda Gonçalves, presidente da associação Vem Ser.
“Era um matagal. Cachorro adoidado, drogado adoidado deitado aqui, lixo, mato sujeira, desocupados. Dava medo de passar de carro”, conta Antonieta Romano, dona de casa.
Hoje a praça está muito limpinha, mas para isso o pessoal dá duro. Pinta, coloca placa de advertência, pela firme na vassoura e toma conta da praça.
“A gente vem três vezes por semana, pra gente poder fazer ginástica em paz. Senão a gente faz ginástica e fica pisando no cocô dos cachorros”, diz Maria Casagrante, dona de casa.
“Pela associação nós fazemos duas vezes, de terças e sextas. Temos um professor que vem voluntariamente. Tudo de graça”, comemora Marta Rosa, figurinista.
Essa é uma bela lição dos moradores da comunidade. Em outro bairro, a história começou com o desejo de uma criança.
Um piquenique simples na pracinha aproxima os moradores do Sumarezinho. Os adultos batem papo enquanto as crianças brincam no parquinho. Tem balanço, escorrega, gangorra, gira-gira, o suficiente para divertir a garotada. Uma moradora aproveita para comandar uma sessão de ioga.
Este espaço nem sempre foi assim. Ele vem sendo revitalizado pelos moradores do bairro. Tudo começou há sete meses, quando os brinquedos estavam quebrados e o parque tinha mau cheiro.
O cenário não era nada convidativo, muito menos divertido. Os brinquedos estavam descascados e os muros sujos.
Foi quando a pequena Alice pediu um balanço novo para a mãe de aniversário. Cecilia topou o desafio e reuniu moradores para recuperar a pracinha. “A gente teve o apoio da comunidade muito forte. Inclusive até do supermercado, da academia, da loja de material de construção, da loja de azulejo. Foi uma adesão bacana”, conta Cecília Lotufo, organizadora do projeto Boa Praça.
Uma amarelinha foi feita com o material arrecadado e um mosaico para enfeitar o muro da praça. A prefeitura refez a calçada e consertou os brinquedos. Agora eles estão mais seguros e coloridos.
Depois da reforma, amigos e vizinhos se reuniram para a festa de aniversário de Alice na praça. O presente foi para a menina, mas o exemplo de iniciativa de sucesso serve para toda vizinhança.
“Este já foi um exemplo de uma recuperação que rolou, então a gente acabou se unindo a este grupo e está tentando levar para lá um pouco do conhecimento que eles já tem, da mobilização, e a gente está tentando fazer com que o próximo piquenique seja lá na praça, que é daqui a algumas quadras, e é onde eu moro”, diz Carolina Tarrio, jornalista.
Tanto no Sumarezinho quanto no Sacomã, o pessoal sabe que depender só do poder público é complicado. Eles precisaram de união e esforço para conseguir transformar a comunidade com suas próprias mãos.
Subprefeitura do Ipiranga, que cuida do bairro do Sacomã, disse que vai instalar as lixeiras na Praça Barão de Anhambaí ainda esta semana. O SPTV vai acompanhar.
O Amigos de Bairro é um grupo formado a partir da revitalização do parquinho após a festa da Alice (minha filha), com o objetivo de fomentar o encontro e a articulação comunitária da região que envolve o entorno das praças François Belanger e Amadeu Decome, melhorando a estética, distanciando a marginalidade e resgatando a noção de pertencimento da população.
Atas das nossas últimas reuniões (feita pela Carol)
sexta-feira (06/03) marcamos um encontro urgente na pracinha para fecharmos a pauta da apresentação que faríamos na terça - com a presença das autoridades oficiais... estiveram presentes cecília, carol, marcelo issa, ramiro, marcio veronese, kioko e claudio decidimos preparar uma apresentação ampliada que contemplasse nossa história, nossas propostas, nossa visão de comunidade e a forma que encontramos para atuarmos comunitariamente.
segunda-feira (09/03) conseguimos agendar (marcelo issa) uma reunião na sub-prefeitira da lapa onde apresentamos nosso projeto e convidamos a sub-prefeitura da lapa para nossa reunião e para a uma parceria com a sub-de pinheiros para pensarmos esse nosso espaço... eles ficaram super felizes pois disseram que a maioria das pessoas só bate na porta das sub-prefeituras para pedir coisas, e nós fomos lá para oferecer e convidar!
terça-feira (10/03) fizemos uma apresentação do projeto para os moradores e contamos com a presença de umas 20 pessoas, em sua maioria, que ainda não tinham ido à nenhuma reunião, conseguimos novos nomes e e-mails apresentamos o projeto, nossas propostas e nossa escolha pelos pic-nics, como forma de reunir, agregar e ocupar as praças tivemos a presença do chefe de gabinete da vereadora Mara Gabrilli (a mais votada em nossa região) e dois funcionários da sub-prefeitura da Lapa, além da ilustríssima sub-prefeita Soninha (em pessoa!) Uma representante da ECOFIT, uma da PULSARTE, e o repórter do jornal do bairro que foi lá cobrir a reunião... A reunião foi bem bacana e a apresentação foi feita num telão improvisado no trepa-trepa, (tivemos até a idéia de fazer umas seções de cinema, de tão bacana que ficou) resumindo: nossos pic-nics VÃO acontecer! já recebemos um convite da sub-lapa para uma reunião, pois eles já tem uma proposta para o nosso projeto e outra reunião está sendo agendada com o pessoal da sub-pinheiros, uma reunião que vai acontecer primeiramente com a gente e depois com a gente, a sub-lapa e a sub-pinheiros...
não queremos deixar as coisas nas mãos deles e para isso, nossa associação de moradores precisa começar de verdade! queremos ter o mesmo peso nesta parceria... como diz a música dos saltimbancos: "todos juntos somos fortes, somos flecha e somos arco, todos nós no mesmo barco, não há nada a temer, ao meu lado há um amigo que é preciso proteger..." quem está "mais ou menos engajado" precisa ver suas reais possibilidades de participação, pois temos muito trabalho. Nossas "frentes para projetos específicos" devem ser postas em prática, precisamos nos dividir para agilizar tanta coisa! É imporante que todos saibam que quanto mais a comunidade estiver engajada e pró-ativa, mais força tem nosso movimento, só estamos conquistando o apois das sub-prefeituras porque nosso movimento é legítimo e para que ele seja cada vez mais representativo dos anseios dos moradores, precisamos contar com a participação de todos
Pois é, o bairro está se reunindo! A última reunião foi no dia 12/02 e contou com a presença de 16 pessoas. Vejam a Ata feita pela Carol:
Bom amigos, nosso grupo virtual foi criado (todos já devem ter recebido um convite) e sua criação foi definida em nossa última reunião realizada no Sabor Brasil, na quinta-feira 12/fevereiro às 20h.
Nessa reunião ficou decidido que nos comprometeríamos a frequentar mais a praça, criando uma agenda de programação que pudesse atrair os vizinhos e dessa forma divulgarmos o nosso grupo de discussão. Ampliando nossa rede de contatos e amizade, nos conhecendo e conhecendo os desejos e anseios de cada um para a nossa comunidade, poderemos formar uma associação oficial e, através dela, lutar para conquistar e construir uma comunidade mais ativa e unida. A programação de atividades na praça vai acontecer sempre no último sábado do mês com um picnic coletivo. As propostas de atividades foram as seguintes: 28/março - picnic com mosaico (as meninas da escola arte de viver toparam fazer a roda de contação de histórias na praça e eu sugiro que este seja o primeiro encontro) 25/abril - picnic com alongamento/atividade física para idosos (temos que pedir o apoio da ECOFIT e ver se eles disponibilizam algum professor para esta atividade) 30/maio - picnic com contação de histórias (sugestão de troca com a primeira atividade) 26/junho - FESTA JUNINA (essa é um sonho meu, ainda não confirmado e nem realizado, mas vamos lutar por isso?)
Para ajudar na confecção e divulgação da nossa programação, precisamos pedir o apoio dos estabelecimentos comerciais e culturais do bairro, foram levantados alguns nomes: ECOFIT HABBIB´S Livraria Ominisciência Pulsarte Instituto Paulo Freire MAMBO Instituto Carmin
Além da divulgação "local", para atrair outros moradores para a nossa causa, pretendemos utilizar a mídia para presssionar os políticos. É preciso que formemos algumas comissões para dividir tarefas e agilizar as discussões, algumas sugestões: Comunicação Articulação Política Apoio e Parcerias Projetos e sei lá mais o quê...
também precisamos confirmar nossa programação para fazermos os cartazes e flyers para isso, precisamos de um release (dizendo quem somos e o que queremos...) alguém se habilita??? Podemos utilizar a apresentação do Márcio, que está bem bacana, para servir de base e divulgar o projeto e nossos objetivos.
Outro ponto levantado foi sobre realizarmos as próximas reuniões na praça uma vez que este sempre foi o ambiente de encontro e articulção política e social das aglomerações urbanas. Precisamos agendar a próxima reunião (proponho 9, 10 ou 11 de março, 20h na pracinha) com o desafio de trazer um vizinho "novo" para o encontro além de fecharmos a agenda de programação. Cecília: ver com a ECOFIT se é possível emprestar um professor de alongamento, yoga, lian gong ou qquer coisa que o valha além de ver se a moça dos mosaicos topa vir novamente. Marcelo Issa: descobrir quem foi o vereador mais votado na nossa região e conversar com a secretária do verde e meio ambiente sobre a maneira mais eficiente de proceder para conquistar nossos objetivos. Patrícia: colocar nos arquivos do grupo as informações sobre a formação de uma Associação de moradores. Carol: montar o grupo de discussões (ok) e criar um blog e ver com a amiga que faz mosaico se ela pode vir ajudar...
não me lembro mais quais eram as tarefas de cada um...
TODOS: comparecer à próxima reunião trazer um vizinho, pensar uma maneira de divulgar o projeto, angariar mais participantes e apoios criar uma forma de comunicação eficiente para além da internet (já que nem todos tem acesso com frequência...) e o mais importante: NÃO DESANIMAR!!!
Mais uma notícia que saiu sobre a festa da Alice. Coloquei logo abaixo o link para a notícia (com vários comentários sobre a iniciativa).
A praça é nossa POR JEANNE CALEGARI Paulistana ajuda a reformar parquinho da praça em frente à sua casa, a pedido da filha de três anos
“Mãe, podemos fazer a minha festa no parquinho da praça?” A pergunta foi feita por Alice, de 3 anos, para a mãe, a administradora de empresas Cecilia Lotufo, de 33 anos. O aniversário da menina seria dali a um mês. Cecilia pensou no parquinho meio abandonado, com brinquedos quebrados, pintura descascando. “Não, ali não dá”, disse. Mas a filha insistiu e a mãe perguntou: “Se você não ganhar nenhum brinquedo, só o parque, você aceita?” Alice topou, e Cecilia começou a reformar a praça para a festinha. O aniversário foi um sucesso e hoje o parque tem brinquedos novos, pintura fresquinha. Muitos vizinhos que não freqüentavam a praça hoje passeiam por lá. Todos se empenham para conservar o espaço de lazer.
Quando Alice fez o pedido para a mãe, em agosto, a praça estava degradada. Quando os brinquedos quebravam, a prefeitura os retirava e não trazia de volta. “Mãe, cadê o gira-gira? Cadê a balança?”, perguntava a filha de Cecilia. “A praça era perigosa, algumas figuras estranhas rondavam por ali”, diz a mãe. Para reformar o local, Cecilia entrou em contato com a subprefeitura de Pinheiros, onde mora. O chefe de obras disse que a reforma da praça já estava programada, mas poderia demorar até o fim do ano para ser feita. Com a insistência dela, porém, os funcionários do gabinete adotaram a idéia e começaram a cuidar da revitalização do local.
Sempre com a participação de Cecilia, foram feitos encontros para definir como seria a reforma. Um arquiteto fez um projeto de paisagismo, brinquedos novos foram comprados, a pintura foi refeita. Pintaram o escorregador, tiraram a ferrugem da grade, colocaram gangorras novas. A festa foi preparada na base da camaradagem: no lugar de presentes, Cecilia pediu que os amigos ajudassem com alguma coisa para a praça. Um amigo designer fez o convite da festinha e mãe e filha passaram de porta em porta chamando todos os vizinhos. A celebração foi um sucesso: 200 pizzas e bolo de um metro, uma verdadeira festa comunitária. Entre os presentes, uma oficina de mosaico, cujo resultado acabou enfeitando a parede da praça, uma apresentação de dança flamenca, um jogo de amarelinha de pedra. Um supermercado próximo doou as lixeiras de lixo reciclável.
A herança da celebração ficou para a vizinhança. Gente que morava perto e não se conhecia agora se encontra para conversar sobre a manutenção do local. Todos se conhecem e se cumprimentam pelo nome. As crianças ficam mais no parque, a praça está mais movimentada, o que aumenta a segurança de todos. “Expandimos nosso mundo, nosso senso de comunidade”, diz Cecilia. Na parede da praça, junto ao desenho de Gandhi, uma frase dita por ele: “Seja você mesmo a mudança que quer ver no mundo”. Alice mal completou quatro anos e já está aprendendo que dá pra ser assim. http://revistaepocasp.globo.com/Revista/Epoca/SP/1,,EMI18678-15571,00.html
