"Em qualquer rua de qualquer cidade Em qualquer praça de qualquer pais Levo o meu canto puro e verdadeiro Eu quero que o mundo inteiro Se sinta feliz" Tim Maia
18 de nov. de 2008
Reportagem Revista Vida Simples - novembro/2008
UMA PRAÇA DE PRESENTE
(por Marcia Bindo)
Era uma vez uma moça chamada Cecília, que costumava levar sua filha para brincar no parque próximo a sua casa. Um dia perguntou à pequena Alice o que ela gostaria de fazer em sua festa de aniversário de 4 anos. Quero comemorar aqui no parque, respondeu convicta a menina. Acontece que o parquinho no bairro da Lapa, em São Paulo, estava maltratado e com os brinquedos quebrados. Cecília, então, mobilizou amigos e a vizinhança para ajudar a recuperar os brinquedos e a área verde. Também foi até a subprefeitura solicitar a reforma da praça. Insistente, conversou com o coordenador de obras, que acabou adicionando a praça à lista de locais públicos para restauração no bairro. A prefeitura se comprometeu a consertar as calçadas e instalar novos brinquedos. Os amigos se entusiasmaram com a idéia: um decidiu construir uma amarelinha de pedra, outro iria colocar um balanço de pneu, um vizinho doaria mudas para serem plantadas, e até um supermercado do bairro resolveu instalar lixeiras no parque. Cecília Lotufo aproveitou e chamou logo toda a vizinhança para a festa de Alice no parque, que agora estava tinindo. Durante a festa, num domingo alegre de setembro, ainda teve oficina de mosaico para enfeitar os muros dos arredores, banda de chorinho e brincadeiras para a molecada. O parque estava vivo. Um presente que vai ficar para a história da Alice e de todas as crianças do bairro.
http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/072/mente_aberta/conteudo_391065.shtml
Matéria publicada pela Revista Bons Fluídos - Novembro/2008
Quando se quer, as mudanças acontecem.
A administradora Cecília Lotufo, 33 anos, foi surpreendida por um pedido da filha, Alice 4: ela queria de aniversário a reforma de um parquinho no bairro. Cecilia correu atrás e realizou o sonho.
“Presenteei a cidade e a minha filha. Costumo levar a Alice para a escola a pé. Felizmente moramos em um bairro calmo e arborizado, em São Paulo, e no caminho há uma pracinha. Todos os dias, ela pára no parquinho da praça para brincar um pouco, apesar de o lugar estar com vários brinquedos quebrados. Um dia, numa das paradas, perguntei para a Alice: “Seu aniversário está chegando. O que você quer fazer e onde?”. Então, ela me respondeu que queria comemorar o aniversário naquele parquinho. Combinei com ela que o presente seria deixar o parquinho bem lindo. E assim foi feito.
Era início de agosto e o aniversário da Alice seria em meados de setembro. Eu sabia que tinha pouco tempo, porém, muita disposição para fazer as coisas acontecerem. Fui à Prefeitura, que me informou que o caminho para promover mudanças na praça seria ir até a subprefeitura. Depois de muita conversa, a subprefeitura se comprometeu a reformar alguns brinquedos e colocar novos e eu entraria com outras melhorias. Comecei, então, a falar com os amigos. Avisei que seria aniversário da minha filha e que o presente seria a reforma do parque – o presente, aliás, não seria só meu, mas dos amigos. Todos se empolgaram com a idéia e começaram a contribuir de maneiras diferentes. Houve uma amiga que se comprometeu em fazer uma oficina de mosaico no dia da festa e o resultado ficaria como decoração em um muro da praça. Outro amigo deu dezenas de mudas de árvores para plantar.
No entanto, só isso não bastava. Eu sabia que esse não seria um presente apenas para a Alice, mas para a cidade. Então, achei importante envolver a comunidade na reforma do lugar. Assim, minha filha e eu, fomos para todas as casas e edifícios próximos à praça, convidando os moradores para a festa. No dia do aniversário, mais de 300 pessoas compareceram para ver o parque com os brinquedos novos e mais árvores – muitas delas plantadas pelas pessoas durante a festa. Servimos 200 pizzas, havia um bolo de dois andares de 1 metro e foram preparados centenas de brigadeiros (40 latas de leite condensado). Na hora do parabéns, muita gente apareceu na janela das casas e dos prédios para cantar parabéns para a minha filha. Foi emocionante porque as pessoas se sentiram bastante comprometidas a manter o lugar sempre bonito. A Alice, claro, adorou a festa. E as lembranças estão vivas porque todo dia, quando paramos no parquinho, no caminho da escola, ela se lembra daquele dia feliz. Acredito que toda a história vai dar força, no futuro, para ela acreditar nas mudanças, acreditar que as coisas podem acontecer quando a gente deseja e corre atrás.”
A administradora Cecília Lotufo, 33 anos, foi surpreendida por um pedido da filha, Alice 4: ela queria de aniversário a reforma de um parquinho no bairro. Cecilia correu atrás e realizou o sonho.
“Presenteei a cidade e a minha filha. Costumo levar a Alice para a escola a pé. Felizmente moramos em um bairro calmo e arborizado, em São Paulo, e no caminho há uma pracinha. Todos os dias, ela pára no parquinho da praça para brincar um pouco, apesar de o lugar estar com vários brinquedos quebrados. Um dia, numa das paradas, perguntei para a Alice: “Seu aniversário está chegando. O que você quer fazer e onde?”. Então, ela me respondeu que queria comemorar o aniversário naquele parquinho. Combinei com ela que o presente seria deixar o parquinho bem lindo. E assim foi feito.
Era início de agosto e o aniversário da Alice seria em meados de setembro. Eu sabia que tinha pouco tempo, porém, muita disposição para fazer as coisas acontecerem. Fui à Prefeitura, que me informou que o caminho para promover mudanças na praça seria ir até a subprefeitura. Depois de muita conversa, a subprefeitura se comprometeu a reformar alguns brinquedos e colocar novos e eu entraria com outras melhorias. Comecei, então, a falar com os amigos. Avisei que seria aniversário da minha filha e que o presente seria a reforma do parque – o presente, aliás, não seria só meu, mas dos amigos. Todos se empolgaram com a idéia e começaram a contribuir de maneiras diferentes. Houve uma amiga que se comprometeu em fazer uma oficina de mosaico no dia da festa e o resultado ficaria como decoração em um muro da praça. Outro amigo deu dezenas de mudas de árvores para plantar.
No entanto, só isso não bastava. Eu sabia que esse não seria um presente apenas para a Alice, mas para a cidade. Então, achei importante envolver a comunidade na reforma do lugar. Assim, minha filha e eu, fomos para todas as casas e edifícios próximos à praça, convidando os moradores para a festa. No dia do aniversário, mais de 300 pessoas compareceram para ver o parque com os brinquedos novos e mais árvores – muitas delas plantadas pelas pessoas durante a festa. Servimos 200 pizzas, havia um bolo de dois andares de 1 metro e foram preparados centenas de brigadeiros (40 latas de leite condensado). Na hora do parabéns, muita gente apareceu na janela das casas e dos prédios para cantar parabéns para a minha filha. Foi emocionante porque as pessoas se sentiram bastante comprometidas a manter o lugar sempre bonito. A Alice, claro, adorou a festa. E as lembranças estão vivas porque todo dia, quando paramos no parquinho, no caminho da escola, ela se lembra daquele dia feliz. Acredito que toda a história vai dar força, no futuro, para ela acreditar nas mudanças, acreditar que as coisas podem acontecer quando a gente deseja e corre atrás.”
Assinar:
Postagens (Atom)